Como parte das comemorações do centenário de Nise da Silveira, o Museu de Imagens do Inconsciente (MII) abriga, desde o dia 22 de agosto de 2006, uma exposição que permanecerá dois anos em cartaz, reunindo não só vasto material biográfico desta rebelde que mudou os rumos da psiquiatria e deixou seu nome impresso na história por sua corajosa ruptura com métodos usados no tratamento de indivíduos com diagnóstico de esquizofrenia, como também o rico acervo científico-artístico de obras dos internos do antigo Centro Psiquiátrico Nacional de Engenho de Dentro. Posteriormente, o Centro passou a chamar-se Centro Psiquiátrico Pedro II, e hoje tem o nome de Instituto Municipal Nise da Silveira, vinculado à Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura do Rio de Janeiro. Foi da abundante produção artística conseguida nos ateliês de terapia ocupacional implantados por Nise que ela decidiu, em 1952, fundar o MII, que hoje reúne cerca de 350 mil obras, sendo um dos maiores acervos do mundo para o estudo do imaginário.

Nise da Silveira: caminhos de uma psiquiatra rebelde faz a cronologia da vida da médica alagoana e apresenta sua revolucionária herança intelectual que influenciou não só a psiquiatria como outras áreas do saber. Dividida em três partes, a exposição coloca em foco, num primeiro momento, os caminhos profissionais de Nise para, depois, discutir a relação afetiva que manteve com os artistas do Centro Psiquiátrico. Nesta parte da exibição, estão dispostas 40 obras de criadores já conhecidos do público, como Fernando Diniz, Emygdio de Barros, Raphael Domingues, entre outros. No final, o público pode apreciar o "Museu Vivo", onde ficam organizadas as produções atuais dos freqüentadores dos ateliês de pintura e modelagem.